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No príncipio era o ermo
Eram antigas solidões sem mágoa.
O altiplano, o infinito descampado
No princípio era o agreste:
O céu azul, a terra vermelho-pungente
E o verde triste do cerrado.
Eram antigas solidões banhadas
De mansos rios inocentes
Por entre as matas recortadas.
Nao havia ninguém. A solidao
Mais parecia um povo inexistente
Dizendo coisas sobre nada.
Sim, os campos sem alma
Pareciam falar, e a voz que vinha
Das grandes extensões, dos fundões crepusculares
Nem parecia mais ouvir os passos
Dos velhos bandeirantes, os rudes pioneiros
Que, em busca de ouro e diamantes,
Ecoando as quebradas com o tiro de suas armas,
A tristeza de seus gritos e o tropel
De sua violência contra o índio, estendiam
As fronteiras da pátria muito além do limite dos tratados.
- Fernao Dias, Anhanguera, Borba Gato,
Vós fostes os heróis das primeiras marchas para o oeste,
Da conquista do agreste
E da grande planície ensimesmada!
Mas passastes. E da confluência
Das três grandes bacias
Dos três gigantes milenares:
Amazonas, Sao Francisco, Rio da Prata ;
Do novo teto do mundo, do planalto iluminado
Partiram também as velhas tribos malferidas
E as feras aterradas.
E só ficaram as solidões sem mágoa
O sem-termo, o infinito descampado
Onde, nos campos gerais do fim do dia
Se ouvia o grito da perdiz
A que respondia nos estirões de mata à beira dos rios
O pio melancólico do jaó.
E vinha a noite. Nas campinas celestes
Rebrilhavam mais próximas as estrelas
E o Cruzeiro do Sul resplandecente
Parecia destinado
A ser plantado em terra brasileira:
A Grande Cruz alçada
Sobre a noturna mata do cerrado
Para abençoar o novo bandeirante
O desbravador ousado
O ser de conquista
O Homem!
II / O HOMEM
Sim, era o Homem,
Era finalmente, e definitivamente, o Homem.
Viera para ficar. Tinha nos olhos
A força de um propósito: permanecer, vencer as solidões
E os horizontes, desbravar e criar, fundar
E erguer. Suas maos
Já nao traziam outras armas
Que as do trabalho em paz. Sim,
Era finalmente o Homem: o Fundador. Trazia no rosto
A antiga determinaçao dos bandeirantes,
Mas já nao eram o ouro e os diamantes o objeto
De sua cobiça. Olhou tranqüilo o sol
Crepuscular, a iluminar em sua fuga para a noite
Os soturnos monstros e feras do poente.
Depois mirou as estrelas, a luzirem
Na imensa abóbada suspensa
Pelas invisíveis colunas da treva.
Sim, era o Homem...
Vinha de longe, através de muitas solidões,
Lenta, penosamente. Sofria ainda da penúria
Dos caminhos, da dolência dos desertos,
Do cansaço das matas enredadas
A se entredevorarem na luta subterrânea
De suas raízes gigantescas e no abraço uníssono
De seus ramos. Mas agora
Viera para ficar. Seus pés plantaram-se
Na terra vermelha do altiplano. Seu olhar
Descortinou as grandes extensões sem mágoa
No círculo infinito do horizonte. Seu peito
Encheu-se do ar puro do cerrado. Sim, ele plantaria
No deserto uma cidade muita branca e muito pura...
Citaçao de Oscar Niemeyer
- '... como uma flor naquela terra agreste e solitária?'
- Uma cidade erguida em plena solidao do descampado.
Niemeyer
- ' ... como uma mensagem permanente de graça e poesia...'
- Uma cidade que ao sol vestisse um vestido de noivado
Niemeyer
- ' ... em que a arquitetura se destacasse branca, como que flutuando na imensa escuridao do planalto...'
- Uma cidade que de dia trabalhasse alegremente
Niemeyer
- '?numa atmosfera de digna monumentalidade...'
- E à noite, nas horas do langor e da saudade
Niemeyer
- ' ... numa luminaçao feérica e dramática...'
- Dormisse num Palácio de Alvorada!
Niemeyer
- ' ... uma cidade de homens felizes, homens que sintam a vida em toda a sua plenitude, em toda a sua fragilidade; homens que compreendam o valor das coisas puras...'
- E que fosse como a imagem do Cruzeiro
No coraçao da pátria derramada.
Citaçao de Lucio Costa
- '?nascida do gesto primário de quem assinala um lugar ou dele toma posse: dois eixos que se cruzam em ângulo reto, ou seja, o próprio sinal da cruz.'
III / A CHEGADA DOS CANDANGOS
Tratava-se agora de construir: e construir um ritmo novo.
Para tanto, era necessário convocar todas as forças vivas da Naçao, todos os homens que, com vontade de trabalhar e confiança no futuro, pudessem erguer, num tempo novo, um novo Tempo.
E, à grande convocaçao que conclamava o povo para a gigantesca tarefa começaram a chegar de todos os cantos da imensa pátria os trabalhadores: os homens simples e quietos, com pés de raiz, rostos de couro e maos de pedra, e que, no calcanho, em carro de boi, em lombo de burro, em paus-de-arara, por todas as formas possíveis e imagináveis, começaram a chegar de todos os lados da imensa pátria, sobretudo do Norte; forarn chegando do Grande Norte, do Meio Norte e do Nordeste, em sua simples e áspera doçura; foram chegando em grandes levas do Grande Leste, da Zona da Mata, do Centro-Oeste e do Grande Sul; foram chegando em sua mudez cheia de esperança, muitas vezes deixando para trás mulheres e filhos a aguardar suas promessas de melhores dias; foram chegando de tantos povoados, tantas cidades cujos nomes pareciam cantar saudades aos seus ouvidos, dentro dos antigos ritmos da imensa pátria...
Dois locutores alternados
- Boa Viagem! Boca do Acre! Água Branca! Vargem Alta! Amargosa! Xique-Xique! Cruz das Almas! Areia Branca! Limoeiro! Afogados! Morenos! Angelim! Tamboril! Palmares! Taperoá! Triunfo! Aurora! Campanário! Águas Belas! Passagem Franca! Bom Conselho! Brumado! Pedra Azul! Diamantina! Capelinha! Capao Bonito! Campinas! Canoinhas! Porto Belo! Passo Fundo!
Locutor no 1
- Cruz Alta...
Locutor no 2
- Que foram chegando de todos os lados da imensa pátria...
Locutor no 1
- Para construir uma cidade branca e pura...
Locutor n 2
- Uma cidade de homens felizes...
IV / O TRABALHO E A CONSTRUÇÃO
- Foi necessário muito mais que engenho, tenacidade e invençao. Foi necessário 1 milhao de metros cúbicos de concreto, e foram necessárias 100 mil toneladas de ferro redondo, e foram necessários milhares e milhares de sacos de cimento, e 500 mil metros cúbicos de areia, e 2 mil quilômetros de fios.
- E 1 milhao de metros cúbicos de brita foi necessário, e quatrocentos quilômetros de laminados, e toneladas e toneladas de madeira foram necessárias. E 60 mil operários! Foram necessários 60 mil trabalhadores vindos de todos os cantos da imensa pátria, sobretudo do Norte! 60 mil candangos foram necessários para desbastar, cavar, estaquear, cortar, serrar, pregar, soldar, empurrar, cimentar, aplainar, polir, erguer as brancas empenas...
- Ah, as empenas brancas! -
- Como penas brancas...
- Ah, as grandes estruturas!
- Tao leves, tao puras...
Como se tivessem sido depositadas de manso por maos de anjo na terra vermelho-pungente do planalto, em meio à música inflexível, à música lancinante, à música matemática do trabalho humano em progressao ...
O trabalho humano que anuncia que a sorte está lançada e a açao é irreversível.
Cantochao
E ao crespúsculo, findo o labor do dia, as rudes maos vazias de trabalho e os olhos cheios de horizontes que nao têm fim, partem os trabalhadores para o descanso, na saudade de seus lares tao distantes e de suas mulheres tao ausentes. O canto com que entristecem ainda mais o sol-das-almas a morrer nas antigas solidões parece chamar as companheiras que se deixaram ficar para trás, à espera de melhores dias; que se deixaram ficar na moldura de uma porta, onde devem permanecer ainda, as maos cheias de amor e os olhos cheios de horizontes que nao têm fim. Que se deixaram ficar muitas terras além, muitas serras além, na esperança de um dia, ao lado de seus homens, poderem participar também da vida da cidade nascendo em comunhao com as estrelas. Que viram, uma manha, partir os companheiros em busca do trabalho com que lhes dar uma pequena felicidade que nao possuem, um pequeno nada com que poder sentir brilhar o futuro no olhar de seus filhos. Esse mesmo trabalho que agora, findo o labor do dia, encaminha os trabalhadores em bando para a grande e fundamental solidao da noite que cai sobre o planalto?
' Deste planalto central, desta solidao que em breve se transformará em cérebro das altas decisões nacionais, lanço os olhos mais uma vez sobre o amanha do meu país e antevejo esta alvorada com fé inquebrantávele uma confiança sem limites no seu grande destino.'
(Brasília, 2 de outubro de 1956)
Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira
V / CORAL
I II III
Coro Coro Coro
Masculino Masculino Misto
Brasília Brasília Brasília
Brasília Brasília Brasília
Brasília Brasília Brasília
Brasília Brasília Brasília
Brasília Brasília Brasília
BRASIL! BRASIL! BRASIL!
VI
Terra de sol
Terra de luz
Terra que guarda no céu
A brilhar o sinal de uma cruz
Terra de luz
Terra-esperança, promessa
De um mundo de paz e de amor
Terra de irmaos
Ó alma brasileira ...
... Alma brasileira ...
Terra-poesia de canções e de perdao
Terra que um dia encontrou seu coraçao
Brasil! Brasil!
Ah... Ah... Ah...
B r a s í 1 i a!
Dlem! Dlem!
Ô ... ô... ô... ô
Prncipio estaba en el desierto
Eran solides viejos sin mgoa.
Las tierras altas, el desierto infinito
En principio fue duro:
El cielo azul, la tierra roja picante
Y la triste verde de la sabana.
¿Estaban solides viejos bañaban
Ríos inocentes de suaves
A través de los bosques cortados.
No había nadie. La soledad
Más como un pueblo inexistentes
Decir cosas acerca de cualquier cosa.
Sí, los campos sin alma
Parecían hablar, y la voz de
Las grandes extensiones, las experiencias fusión de Crepúsculo
O parecía oír los pasos
Los viejos pioneros, pioneros groseros
Eso, en busca de oro y diamantes,
Haciéndose eco roto disparando con sus armas,
La tristeza de sus gritos y el ruido
Desde su violencia contra el fuego, extendido
Mucho más allá de las fronteras de los tratados de límites patria.
- Fernao Dias, Anhanguera, Borba Gato,
Vs os fueron los héroes de las primeras marchas hacia el oeste,
La conquista de la áspera
Y la gran llanura de auto-absorbido!
Pero pasó. Y la confluencia
De las tres grandes cuencas
De los tres gigantes antiguos:
Amazonas, San Francisco, Río de la Plata;
Nuevo
Ayúdanos a mejorar, si encuentras errores ¡Envíanos tu corrección!
Vinicius de Moraes
Brasília, Sinfonia Da Alvorada
Brasília, Sinfonia Da Alvorada
No príncipio era o ermo
Eram antigas solidões sem mágoa.
O altiplano, o infinito descampado
No princípio era o agreste:
O céu azul, a terra vermelho-pungente
E o verde triste do cerrado.
Eram antigas solidões banhadas
De mansos rios inocentes
Por entre as matas recortadas.
Nao havia ninguém. A solidao
Mais parecia um povo inexistente
Dizendo coisas sobre nada.
Sim, os campos sem alma
Pareciam falar, e a voz que vinha
Das grandes extensões, dos fundões crepusculares
Nem parecia mais ouvir os passos
Dos velhos bandeirantes, os rudes pioneiros
Que, em busca de ouro e diamantes,
Ecoando as quebradas com o tiro de suas armas,
A tristeza de seus gritos e o tropel
De sua violência contra o índio, estendiam
As fronteiras da pátria muito além do limite dos tratados.
- Fernao Dias, Anhanguera, Borba Gato,
Vós fostes os heróis das primeiras marchas para o oeste,
Da conquista do agreste
E da grande planície ensimesmada!
Mas passastes. E da confluência
Das três grandes bacias
Dos três gigantes milenares:
Amazonas, Sao Francisco, Rio da Prata ;
Do novo teto do mundo, do planalto iluminado
Partiram também as velhas tribos malferidas
E as feras aterradas.
E só ficaram as solidões sem mágoa
O sem-termo, o infinito descampado
Onde, nos campos gerais do fim do dia
Se ouvia o grito da perdiz
A que respondia nos estirões de mata à beira dos rios
O pio melancólico do jaó.
E vinha a noite. Nas campinas celestes
Rebrilhavam mais próximas as estrelas
E o Cruzeiro do Sul resplandecente
Parecia destinado
A ser plantado em terra brasileira:
A Grande Cruz alçada
Sobre a noturna mata do cerrado
Para abençoar o novo bandeirante
O desbravador ousado
O ser de conquista
O Homem!
II / O HOMEM
Sim, era o Homem,
Era finalmente, e definitivamente, o Homem.
Viera para ficar. Tinha nos olhos
A força de um propósito: permanecer, vencer as solidões
E os horizontes, desbravar e criar, fundar
E erguer. Suas maos
Já nao traziam outras armas
Que as do trabalho em paz. Sim,
Era finalmente o Homem: o Fundador. Trazia no rosto
A antiga determinaçao dos bandeirantes,
Mas já nao eram o ouro e os diamantes o objeto
De sua cobiça. Olhou tranqüilo o sol
Crepuscular, a iluminar em sua fuga para a noite
Os soturnos monstros e feras do poente.
Depois mirou as estrelas, a luzirem
Na imensa abóbada suspensa
Pelas invisíveis colunas da treva.
Sim, era o Homem...
Vinha de longe, através de muitas solidões,
Lenta, penosamente. Sofria ainda da penúria
Dos caminhos, da dolência dos desertos,
Do cansaço das matas enredadas
A se entredevorarem na luta subterrânea
De suas raízes gigantescas e no abraço uníssono
De seus ramos. Mas agora
Viera para ficar. Seus pés plantaram-se
Na terra vermelha do altiplano. Seu olhar
Descortinou as grandes extensões sem mágoa
No círculo infinito do horizonte. Seu peito
Encheu-se do ar puro do cerrado. Sim, ele plantaria
No deserto uma cidade muita branca e muito pura...
Citaçao de Oscar Niemeyer
- '... como uma flor naquela terra agreste e solitária?'
- Uma cidade erguida em plena solidao do descampado.
Niemeyer
- ' ... como uma mensagem permanente de graça e poesia...'
- Uma cidade que ao sol vestisse um vestido de noivado
Niemeyer
- ' ... em que a arquitetura se destacasse branca, como que flutuando na imensa escuridao do planalto...'
- Uma cidade que de dia trabalhasse alegremente
Niemeyer
- '?numa atmosfera de digna monumentalidade...'
- E à noite, nas horas do langor e da saudade
Niemeyer
- ' ... numa luminaçao feérica e dramática...'
- Dormisse num Palácio de Alvorada!
Niemeyer
- ' ... uma cidade de homens felizes, homens que sintam a vida em toda a sua plenitude, em toda a sua fragilidade; homens que compreendam o valor das coisas puras...'
- E que fosse como a imagem do Cruzeiro
No coraçao da pátria derramada.
Citaçao de Lucio Costa
- '?nascida do gesto primário de quem assinala um lugar ou dele toma posse: dois eixos que se cruzam em ângulo reto, ou seja, o próprio sinal da cruz.'
III / A CHEGADA DOS CANDANGOS
Tratava-se agora de construir: e construir um ritmo novo.
Para tanto, era necessário convocar todas as forças vivas da Naçao, todos os homens que, com vontade de trabalhar e confiança no futuro, pudessem erguer, num tempo novo, um novo Tempo.
E, à grande convocaçao que conclamava o povo para a gigantesca tarefa começaram a chegar de todos os cantos da imensa pátria os trabalhadores: os homens simples e quietos, com pés de raiz, rostos de couro e maos de pedra, e que, no calcanho, em carro de boi, em lombo de burro, em paus-de-arara, por todas as formas possíveis e imagináveis, começaram a chegar de todos os lados da imensa pátria, sobretudo do Norte; forarn chegando do Grande Norte, do Meio Norte e do Nordeste, em sua simples e áspera doçura; foram chegando em grandes levas do Grande Leste, da Zona da Mata, do Centro-Oeste e do Grande Sul; foram chegando em sua mudez cheia de esperança, muitas vezes deixando para trás mulheres e filhos a aguardar suas promessas de melhores dias; foram chegando de tantos povoados, tantas cidades cujos nomes pareciam cantar saudades aos seus ouvidos, dentro dos antigos ritmos da imensa pátria...
Dois locutores alternados
- Boa Viagem! Boca do Acre! Água Branca! Vargem Alta! Amargosa! Xique-Xique! Cruz das Almas! Areia Branca! Limoeiro! Afogados! Morenos! Angelim! Tamboril! Palmares! Taperoá! Triunfo! Aurora! Campanário! Águas Belas! Passagem Franca! Bom Conselho! Brumado! Pedra Azul! Diamantina! Capelinha! Capao Bonito! Campinas! Canoinhas! Porto Belo! Passo Fundo!
Locutor no 1
- Cruz Alta...
Locutor no 2
- Que foram chegando de todos os lados da imensa pátria...
Locutor no 1
- Para construir uma cidade branca e pura...
Locutor n 2
- Uma cidade de homens felizes...
IV / O TRABALHO E A CONSTRUÇÃO
- Foi necessário muito mais que engenho, tenacidade e invençao. Foi necessário 1 milhao de metros cúbicos de concreto, e foram necessárias 100 mil toneladas de ferro redondo, e foram necessários milhares e milhares de sacos de cimento, e 500 mil metros cúbicos de areia, e 2 mil quilômetros de fios.
- E 1 milhao de metros cúbicos de brita foi necessário, e quatrocentos quilômetros de laminados, e toneladas e toneladas de madeira foram necessárias. E 60 mil operários! Foram necessários 60 mil trabalhadores vindos de todos os cantos da imensa pátria, sobretudo do Norte! 60 mil candangos foram necessários para desbastar, cavar, estaquear, cortar, serrar, pregar, soldar, empurrar, cimentar, aplainar, polir, erguer as brancas empenas...
- Ah, as empenas brancas! -
- Como penas brancas...
- Ah, as grandes estruturas!
- Tao leves, tao puras...
Como se tivessem sido depositadas de manso por maos de anjo na terra vermelho-pungente do planalto, em meio à música inflexível, à música lancinante, à música matemática do trabalho humano em progressao ...
O trabalho humano que anuncia que a sorte está lançada e a açao é irreversível.
Cantochao
E ao crespúsculo, findo o labor do dia, as rudes maos vazias de trabalho e os olhos cheios de horizontes que nao têm fim, partem os trabalhadores para o descanso, na saudade de seus lares tao distantes e de suas mulheres tao ausentes. O canto com que entristecem ainda mais o sol-das-almas a morrer nas antigas solidões parece chamar as companheiras que se deixaram ficar para trás, à espera de melhores dias; que se deixaram ficar na moldura de uma porta, onde devem permanecer ainda, as maos cheias de amor e os olhos cheios de horizontes que nao têm fim. Que se deixaram ficar muitas terras além, muitas serras além, na esperança de um dia, ao lado de seus homens, poderem participar também da vida da cidade nascendo em comunhao com as estrelas. Que viram, uma manha, partir os companheiros em busca do trabalho com que lhes dar uma pequena felicidade que nao possuem, um pequeno nada com que poder sentir brilhar o futuro no olhar de seus filhos. Esse mesmo trabalho que agora, findo o labor do dia, encaminha os trabalhadores em bando para a grande e fundamental solidao da noite que cai sobre o planalto?
' Deste planalto central, desta solidao que em breve se transformará em cérebro das altas decisões nacionais, lanço os olhos mais uma vez sobre o amanha do meu país e antevejo esta alvorada com fé inquebrantávele uma confiança sem limites no seu grande destino.'
(Brasília, 2 de outubro de 1956)
Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira
V / CORAL
I II III
Coro Coro Coro
Masculino Masculino Misto
Brasília Brasília Brasília
Brasília Brasília Brasília
Brasília Brasília Brasília
Brasília Brasília Brasília
Brasília Brasília Brasília
BRASIL! BRASIL! BRASIL!
VI
Terra de sol
Terra de luz
Terra que guarda no céu
A brilhar o sinal de uma cruz
Terra de luz
Terra-esperança, promessa
De um mundo de paz e de amor
Terra de irmaos
Ó alma brasileira ...
... Alma brasileira ...
Terra-poesia de canções e de perdao
Terra que um dia encontrou seu coraçao
Brasil! Brasil!
Ah... Ah... Ah...
B r a s í 1 i a!
Dlem! Dlem!
Ô ... ô... ô... ô
Vinicius de Moraes
Brasilia, Sinfonia da Alvorada
Brasilia, Sinfonia da Alvorada
Prncipio estaba en el desierto
Eran solides viejos sin mgoa.
Las tierras altas, el desierto infinito
En principio fue duro:
El cielo azul, la tierra roja picante
Y la triste verde de la sabana.
¿Estaban solides viejos bañaban
Ríos inocentes de suaves
A través de los bosques cortados.
No había nadie. La soledad
Más como un pueblo inexistentes
Decir cosas acerca de cualquier cosa.
Sí, los campos sin alma
Parecían hablar, y la voz de
Las grandes extensiones, las experiencias fusión de Crepúsculo
O parecía oír los pasos
Los viejos pioneros, pioneros groseros
Eso, en busca de oro y diamantes,
Haciéndose eco roto disparando con sus armas,
La tristeza de sus gritos y el ruido
Desde su violencia contra el fuego, extendido
Mucho más allá de las fronteras de los tratados de límites patria.
- Fernao Dias, Anhanguera, Borba Gato,
Vs os fueron los héroes de las primeras marchas hacia el oeste,
La conquista de la áspera
Y la gran llanura de auto-absorbido!
Pero pasó. Y la confluencia
De las tres grandes cuencas
De los tres gigantes antiguos:
Amazonas, San Francisco, Río de la Plata;
Nuevo
Ayúdanos a mejorar, si encuentras errores ¡Envíanos tu corrección!